quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Segredos de Hyrule - Os mistérios do Shadow Temple (parte 1...?)

Nada conta a história de um lugar melhor do que as paredes de determinado lugar. Se isso não é uma frase de alguém famoso, podem pegar uma foto em preto e branco minha e dizer que fui eu que disse. Quero ser famoso!
Sabendo disso (das paredes, não de eu querer ser famoso), é muito provável que, apenas observando a estrutura de um lugar, assim como sua organização, você possa ter pelo menos uma noção dos acontecimentos dali.

Quando se trata de uma produção visual, sempre é importante dar atenção aos detalhes do que você quer que seu observador veja. Por conta disso, a direção de arte é algo bem importante em filmes, programas de televisão e videogames. No caso de Zelda, coisas que poderiam ser vistas como mera decoração quase sempre nos leva a ver coisas interessantes.


Um dos meus casos favoritos é o do Shadow Temple, o "último" calabouço de Ocarina of Time. Acho que essa é a única área do jogo inteiro que parece ter uma história a mais para contar.
Por conta disso, tentaremos fazer uma análise especulativa da história do Shadow Temple, e o que ele realmente podia ser, tudo isso logo depois da quebra!


1. Introdução

Shadow Temple, facilmente um dos lugares mais grotescos e horríveis de toda a série Zelda, e isso é dizer muito.
Composto de corredores sombrios, monstros horríveis e armadilhas brutais, o templo é um dos poucos lugares que merecem o nome "dungeon", já que, bem, ele parece um calabouço.
Mas o que interessa nele é que o mesmo é o único lugar em todo o jogo que tenta transmitir uma mensagem direta ao jogador, e não me refiro a uma lição de vida. É como se o calabouço estivesse tentando dizer algo ao seu visitante, tentasse dizer uma coisa sombria...

E é baseado nessas mensagens que eu vou tentar montar minhas especulações.

A primeira coisa que temos que estabelecer é a seguinte: Hyrule é retratada como um reino, não um mundo mágico onde todo mundo é bonzinho. Qual a importância disso, você pergunta? Simples! Um reino tem, além de se preocupar com seu povo, que ter conhecimento dos seus inevitáveis inimigos. Aprender sobre eles, entendê-los e, acima de tudo, estar preparado para enfrentá-los. Isso ocorre para toda e qualquer nação. Mas não existem inimigos somente do lado de fora. A desordem, o caos, e, eventualmente a revolução pode e deverá nascer de dentro também. Um rei deve saber coordenar a segurança e manipular a justiça, mas ele precisa de cuidado. Se for muito leve, sua cabeça será cortada; se for muito rígido, sua cabeça será cortada e vão cuspir dentro do crânio. É necessário ser justo, e saber o equilíbrio da justiça. Isso vale para qualquer político, não só para o rei.
E, outra coisa importante, o reino deve ter uma lei, que mostre ao povo o que pode ser seguido e o que deve ser evitado a todo e qualquer custo. Aqueles que não seguem a lei devem ser punidos, ou o significado delas se perde, e as mesmas passam a ser ignoradas.
Chegamos então à existência de prisões, para isolar aqueles que quebraram a lei e puni-los de acordo com seus atos. No entanto, não se deve colocar diferentes tipos de criminosos dentro de uma mesma prisão.
Para cada tipo de lei, existe um tipo de crime, e, para cada tipo de crime, existe um tipo de prisão. É então que nós chegamos à ideia de câmaras de tortura, muito utilizadas em períodos de guerra (de qualquer tipo). Nessas câmaras, como vocês já devem saber, são aprisionados aqueles que são capturados pelos soldados de guerra e, em alguns casos, espiões até. Dentro das câmaras, essas pessoas são persuadidos de maneira cruel a dizer tudo o que sabem a respeito do que os torturadores querem.

Aí você pergunta porque eu estou passando tanto tempo dizendo coisas que vocês com certeza já sabem, não é? Simplesmente para ilustrar minha conclusão.
Após uma breve análise que surgiu de um monólogo interno, eu cheguei à conclusão de que o Shadow Temple é, ou, em algum momento, foi, uma prisão ou câmara de tortura.
Deixe-me explicar tudo...


2. O calabouço é habitado pelos mortos-vivos

Eu tenho noção de que o calabouço fica logo atrás do cemitério de Kakariko. No entanto, basta uma olhada nos "moradores" do lugar para saber que eles tem uma origem diferente. Minha concepção vai além de seu visual. Quem explora o cemitério tem noção de que podemos encontrar fantasmas e um outro ReDead lá. A razão de eu acreditar que a origem dos mortos do templo são diferentes é a seguinte: não só eles estão em números MUITO maiores do que os túmulos, como também eles estão em uma variedade bem maior. Mas, o mais interessante é que não vemos Poes dentro do calabouço. Eles não aparecem em nenhum outro do jogo, deve-se comentar, mas o Shadow Temple seria o lugar perfeito para isso. Então... Por que eles não aparecem?
Eu possuo uma teoria sobre isso, e tomo na base na descrição oficial dos Poe. De acordo com as informações oficiais, os Poe's são espíritos que, cheios de arrependimentos, odeiam tanto o mundo que ficam presos a ele. A ausência de Poe's no templo apenas dá uma ênfase à evidência que os mortos-vivos lá presentes não estão presos ao mundo por ódio, mas por outra coisa.
Se eu fosse adivinhar, diria que os monstros do templo ou estão ligados ao estado do mundo naquele momento, ou devido à magia de Ganondorf.
Meu palpite é que os ReDeads do templo tem sua origem vinda das possíveis vítimas do lugar. Os prisioneiros torturados, talvez?

3. As mensagens das paredes

Ainda no início do templo, quando Link tem de pegar as Pegasus Boots, ele chega em uma sala na qual as paredes parecem falar. Algumas delas mencionam uma "história sombria e sangrenta de Hyrule". Isso talvez indique que, em um passado indeterminado, ocorreu algum tipo de evento que envolveu cortar cabeças. Talvez quando o país ainda estava para ser unificado pelo bom rei de Hyrule? Poderia esse ser o período em que o Shadow Temple era utilizado?
Em um período de guerra, locais são importantes.
No entanto, também é mencionada uma ideia de "ódio e ganância". Isso abre portas para novas teorias, mas não exatamente para o que nós queremos agora, então, deixemos de lado por este instante.

4. As salas de tortura

Curiosamente, é somente ao final do calabouço que nós vemos salas de tortura, com direito a sangue e tudo mais! Essas salas grotescas são a razão de toda essa especulação.
O motivo de eu as taxar como salas de tortura é por causa dos mecanismos utilizados nas mesmas. Duas salas do calabouço contam com duas estátuas gigantes de dois ceifadores, que gira enquanto as lâminas das foices rodeiam pela sala. Como isso poderia ser tortura? Simples, trancando os prisioneiros na sala, para que eles tivessem que desviar das lâminas.
Outra sala (e suponho ser mais conhecida) é aquela onde conseguimos a chave mestre, na qual duas paredes de madeira cheia de espinhos vão se fechando lentamente. Não preciso dizer o porque de isso poder ser tortura, não é mesmo?

5. Mas, afinal, o que é o Shadow Temple?

É difícil abrir especulações sobre algo tão obscuro e pouco comentado como o Shadow Temple. Mas acho que meu objetivo (de especular sobre o que é o lugar) está feito.

E, com isso pessoal, eu fecho essa postagem. Caso alguém ache que esse assunto deva ser melhor analisado, avise nos comentários, que poderemos fazer uma possível parte 2! Por enquanto, isso é tudo o que eu posso oferecer a vocês!

Valeu galera, e até a próxima!

4 comentários:

  1. Bem é só pra avisar q eu sempre leio todas as postagens, mas nunca comento, então achei legal comentar nessa pq vcs talvez n saibam de muitos leitores q leem tudo e n comentam.
    A propósito, gostei mt do post, sempre achei o shadow temple meio sombrio e sem explicação pra algumas coisas, queria uma parte 2 \o/

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    1. Uau! Obrigado! :D
      É sempre bacana ver que a gente tem vários leitores.
      E fico feliz em saber que você gostou da postagem. Se der certo, a gente consegue fazer uma parte 2! :)

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  2. Achei ótimo, mas acho que você viajou um pouco no 2 :p

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    1. Eu mesmo admito que o 2 foi bem puxado. Eu tava tendo até dificuldade pra escrever algo que fizesse sentido, já que era só coisa voltando pra minha cabeça:
      "Ah, já sei! Vou falar sobre o... Não, mas tem que lembrar disso...
      Ah, e o... Não, também não dá..."
      Mas eu acho que a ideia continua de pé. xD

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