Retrô No.2: The Legend of Zelda CD-i

Existe um jogo de Zelda ruim? Eu sei que essa pergunta pode chocar alguns de vocês. Antes que alguém apareça aí dizendo "É O ZELDA II! É O ZELDA II!", eu lhes respondo: Sim, existe um Zelda ruim. Um não... três. Eu disse três Zeldas ruins.
Ora, mas como isso é possível, certo? Afinal, a série Zelda sempre foi feita pela Nintendo e seus jogos quase sempre adquiriram grande reconhecimento por crítica e público...
No entanto, dentre a longa abstinência de títulos de Zelda, que durou de 1993 até 1998, a série Zelda foi utilizada para um certo console de mesa, um dos primeiros que usaram o CD como sua mídia física. Estou falando do infame Philips CD-i.

Acho que uma pequena explicação deve ser feita... Na época, a Nintendo estava trabalhando em um tipo de acessório para o Super Nintendo que o fazia rodar CD's. Na época, ela trabalhava junto com a Sony e a Philips. Por algum motivo, eles abandonaram a Sony e ficaram com o projeto da Philips (o que fez com que a Sony fizesse o Playstation mais tarde).
O console planejado foi o CD-i, que trabalhava com os Interactive CD's, produzidos pela própria Philips. Para atiçar as vendas do console, a Nintendo deu à Philips a permissão de usar algumas de suas franquias para usar no console. No caso, as franquias utilizadas foram o próprio Mario e a série Zelda. O resultado? Saiu um jogo de Mario (que não tem muito do encanador), o Hotel Mario. De Zelda, saíram três jogos: dois em side-scrolling, semelhantes a Zelda II, só que insanamente piores, e um em vista de cima, mais tradicional, mas não comparável aos clássicos da série.

Como este mapa é de Zelda, vamos ignorar o jogo do Mario e nos concentrar na chamada "Triforce Profana".
Primeiro, os primeiros (erm... tá, isso mesmo).
Antes de mais nada, que fique claro. Isso não se trata de uma resenha, e sim, simplesmente de um artigo. Eu não tenho moral nenhuma para dizer se o jogo é bom ou ruim com detalhes porque eu não tive a oportunidade de jogá-los.

Por favor ignore a artwork de A Link to the Past na capa, ela não tem nada a ver com os jogos.
"Zelda: Wand of Gamelon" e "Link: Faces of Evil" foram lançados no mesmo dia e no mesmo ano (1993). Ambos os jogos são conhecidos por suas infames cutscenes, seu estilo de jogo não muito agradável e, talvez, a sua imensa semelhança com o desenho animado da série, do qual falei há pouco tempo atrás.

As cutscenes, qualquer um pode ver, são o ponto mais esquisito dos dois irmãos. Nelas, personagens estranhamente animados falam coisas ou sem sentido, ou tão esquisito que assusta, ou tão ridículas que você acaba por não entender o que está acontecendo. Eu adoraria estar falando só dos personagens não jogáveis.
Os principais como Zelda, o Rei, Ganon, Impa e até mesmo Link, também foram alvo disso.

Link é o personagem mais esquisito do bando. Sim, eu disse isso. Nesses jogos, ele está mais exibido do que antes. Uma das famosas frases dele é "Eu mal posso esperar para detonar alguns Dodongos!". Claro, isso não indica nada. Por isso abra o desafio, vá no Youtube e veja algumas das cutscenes de um dos jogos. Volte e me diga como foi.

Agora que o assunto das cutscenes foi citado, eu acho que está na hora de falar dos jogos mesmo.

Um ponto interessante é que ambos os jogos, apesar de bem semelhantes, contavam com uma diferença crucial. Enquanto você jogava com Link em Link: Faces of Evil, finalmente a chance de jogar como Zelda surgiu em "Zelda: Wand of Gamelon".

É curioso perceber que Zelda no jogo lembra muito a sua versão da série de TV. Nesse jogo, ela vai até Gamelon, para procurar seu pai e Link que desapareceram quando foram para lá. Obviamente, ela sabe que Ganon está por trás disto.

Já no título de Link, é quase a mesma coisa, só que os papéis são invertidos e ele está atrás de Zelda.

Como eu já falei, eu nunca cheguei a jogar esses títulos, portanto eu não posso me aprofundar muito e dizer como eram os controles, por exemplo.
No entanto, o vídeo e áudio dos jogos era bem interessante. A música do jogo tinha lá seu charme e os gráficos eram bem legais, com um tom cartunesco constante.
Pelo que eu soube, o que realmente matou o jogo foi o controle um tanto ruim e o enredo um tanto fraco...

Bom, mas isso não é tudo para Zelda no CD-i. Um último jogo fora lançado no ano seguinte, 1994.

Depois de passar um tempo pensando, eu cheguei à conclusão de que os dois primeiros Zeldas no CD-i eram apenas um experimento, e "Zelda's Adventure" já era um trabalho mais sério. E, bem, apesar de ser um título que muitos consideram melhor do que os dois anteriores, Zelda's Adventure não chega nem perto do melhor jogo de Zelda que você pode imaginar. Na verdade, não é nem melhor do que o menos agradável feito pela Nintendo.
O jogo trocou as cutscenes infames dos outros dois pela utilização de atores de verdade, embora estes algumas vezes nem ao menos se movam.

Outro ponto é que esse jogo tentou ser mais tradicional... O jogo é visto de cima, e lembra, nesse quesito, os outros clássicos. O problema é que, sempre que o jogador tenta sair da tela, o jogo para, começa a carregar e só aí o passa para outra tela. A demora é de cerca de 5 a 7 segundos, nada de mais, eu sei, mas é o suficiente para parar a ação.
A falta de música também existe aqui. Pelo que parece, só dá para ouvir os bons sons da natureza...


Bom, e isso fecha os títulos de Zelda para o CD-i.
Agora, esses jogos são extremamente raros hoje em dia. Só o jogo de Zelda's Adventure pode custar mais de U$100,00. O próprio console CD-i é extremamente raro, e achá-lo já é muita coisa.
Se você é um daqueles colecionadores ardorosos, saiba que essa coleçãozinha aqui pode sair custando uns U$400,00, ou um pouco mais.

Antes de terminar, eu acho que posso responder a pergunta agora: "Existe um Zelda ruim?". Não sei. Podem existir títulos abaixo do padrão (em minha opinião, alcançado por todos os títulos feitos pela Nintendo), mas um Zelda verdadeiramente ruim, eu não sei...

E você, leitor? Já conhecia esses jogos? Já os jogou? Preferia ficar sem conhecer? Manifeste-se nos comentários!
Valeu galera, e até a próxima!