terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Contando uma experiência - Quando Ocarina of Time me deixou com medo até da minha sombra

Eu gostaria de deixar uma coisa clara logo de cara: eu sempre fui tão corajoso quanto um gatinho assustado. Qualquer coisinha de terror, até mesmo a menor delas, já me deixava aterrorizado o suficiente para ficar noites em claro. Além do clássico medo do escuro, eu lembro que tinha medo até de coisas que não tinham sido feitas para assustar. Me lembro até de um jogo educativo, acho que era um "Teo e o Bicho-Papão" ou algo assim, que, quando eu joguei, eu precisei fazer um forte de travesseiros toda noite pra TENTAR dormir, e isso durou meses... É, eu não era nada corajoso.
Daí, quando eu joguei a jogar Zelda pela primeira vez, especificamente o Ocarina of Time, tudo parecia lindo e divertido... Até eu descobrir que o jogo tinha um desejo doente em me fazer tão aterrorizado quanto possível.

Foi com essas lembranças me acertando em cheio durante o final de semana que eu decidi compartilhar com vocês aqui algumas delas. E, como estamos falando de medo, vamos falar de algumas ocasiões em que Ocarina of Time me deixou mais aterrorizado do que essa pessoa:

OK... Talvez nem tanto... Sério cara, os ReDeads do Wind Waker são terríveis.


E vamos começar com minha primeira viagem ao cemitério de Kakariko. A essa altura da minha partida, eu já estava bastante nervoso por conta de alguns pequenos detalhes, como os Stalchildren que literalmente saem do chão para te atacar durante a noite, sem falar da mudança drástica de tom do primeiro calabouço quando comparado à primeira área do jogo.
O que eu não esperava, no entanto, era encontrar um cemitério que não tinha música nenhuma e, pra completar, ficar esperando que algum fantasma aparecesse.


Eu estava mexido, sim, mas, dava pra aguentar!

Foi aí que eu comecei a me aproximar da Tumba da Família Real, do outro lado do cemitério. Vale dizer que, quando eu entrei aqui pela primeira vez, já tinha escurecido. De repente, à medida em que eu me aproximo daquela tumba, as coisas ficam um pouco mais escuras, e começa a chover...

Eu lembro que, quando eu me aproximei para checar a tumba do outro lado, um monstro gigante e escuro, de movimento espástico, apareceu. Eu nem pensei duas vezes: dei meia volta e corri pra longe daquele lugar.

...

Agora, você deve estar se perguntando: "Mas, espera, não tem nenhum monstro grande e espástico no cemitério! DO QUE VOCÊ TÁ FALANDO?!"

Minha memória disso tudo é um tanto vívida, mas, muito tempo depois, enquanto eu lembrava disso, percebi que não era nenhum monstro ou nada disso. Na verdade, o que eu vi não foi nada menos do que um dos Irmãos Compositores: eu tinha checado a tumba errada, e acabei acordando um dos dois fantasmas (e, indo pela minha memória, vou chutar que foi o Sharp).


Como eu já estava assustado, minha mente simplesmente aproveitou para pregar uma peça, e me deixou nessa situação semi-traumática.

Dias depois, quando eu voltei ao cemitério, lembro que, dessa vez, eu estava do lado de alguns amigos, e começamos a seguir em frente dessa vez. O fantasma não estava lá, percebi que tinha imaginado coisas, e entramos na tumba.

Como todos vocês sabem, o que fica dentro da tumba, além da Sun's Song e de alguns Keeses, não é nada menos do que os ReDeads: os mesmos ReDeads que aterrorizam corações desde sempre. No entanto, e, surpreendentemente, eles não me deixaram tão nervoso na primeira vez que passamos por eles. Eu obviamente os notei, achei perturbadores pra burro, mas, não era nada de alarmante ainda.
O bicho pegou quando voltamos da câmara da música, que foi quando um dos meus amigos comentou ter ouvido um grito quando o ReDead olhou para nós mais cedo.
Enquanto saíamos, um ReDead nos viu, e, pela primeira vez, eu percebi aquele grito. Resultado? Eu não consegui dormir naquela noite: não só minha mente estava lembrando o tempo todo daquela figura alta e perturbadoramente imóvel, como também lembrava daquele grito.



Esse foi o "ponto alto" do meu medo em Ocarina of Time. Outras coisas surgiram aqui e ali, como a trilha sonora de Dodongo's Cavern (cujos sons ambientes me fizeram tirar todo o volume da televisão, porque eu sempre virava pra trás, achando que tinha alguma coisa me seguindo e se preparando para atacar), minha primeira visita ao Bottom of the Well (e o Dead Hand, se formos entrar em detalhes), assim como aquela história do Wallmaster que comentei em um Top Zelda anterior.
Apesar de tantas sensações bem negativas, eu continuei jogando Ocarina of Time, e, bom, o resto é história.
Esse é um ponto que, infelizmente, sinto que vem faltando em jogos mais recentes da franquia: não se colocam mais diferentes sensações nos jogos: é sempre algo em um tom bem esporádico, ou ao menos, bem mais leve do que antes. E acho que esse é um dos motivos de eu ainda gostar tanto do Ocarina: o mundo parecia perigoso de verdade em alguns momentos, apesar dos lugares claros e seguros. 
As duas outras vezes em que Zelda fez eu me sentir assim foi em Majora's Mask (adivinha onde) e no final de Skyward Sword. Faz você perceber como essa franquia tem uma grande variedade de histórias a contar.

Você também teve uma sensação horrível parecida jogando algum Zelda? Ou algum jogo em geral, mesmo? Por favor, não deixe de compartilhar a sua experiência com a gente!

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