O Link, depois de ouvir meu plano de escrever este artigo. |
Há alguns anos, eu escrevi um artigo chamado “Os acertos de Skyward Sword”, no qual, como o nome indica, eu observava os pontos fortes do jogo de Wii, ao mesmo tempo em que tentava rebater diferentes argumentos que eram usados contra ele.
Antes de mais nada, eu gostaria só de ressaltar que eu ainda gosto do Skyward Sword. Continua sendo um título bem forte dentro de Zelda, com seu estilo e estrutura únicas servindo para fortalecê-lo. Como eu disse à época, esse foi o primeiro Zelda 3D a tentar fugir da estrutura estabelecida por Ocarina of Time e, por consequência, a estrutura de A Link to the Past, praticamente desde o lançamento de Majora’s Mask, onze anos antes.
Sim, eu gosto MUITO de Skyward Sword. No entanto, e isso é uma coisa que todos nós aprendemos a lidar, à medida em que vamos amadurecendo, enquanto nós amamos as coisas, é preciso também reconhecer suas faltas. Disso, podem sair duas coisas: ou o seu amor pelo positivo fica ainda mais forte, ou você descobre que não era bem amor, mas, sim, outra coisa.
Não vou ficar aqui filosofando quando eu podia estar falando sobre UM JOGUINHO ONDE VOCÊ BALANÇA A ESPADA COM SEU CONTROLE!
Então… Vamos falar sobre o porquê de eu estar escrevendo esse artigo pra começo de conversa.
Certo, Skyward Sword é excelente. Eu penso assim, e sei que não sou o único. Mas, ele é um jogo com várias falhas. Falhas estas que eu não pude deixar de perceber enquanto eu rejogava para escrever aquele detonado bem bobão que terminamos de fazer há pouco tempo.
Quando eu estou na minha, jogando sem muito compromisso, percebo que eu tendo a ser mais… Positivo, acho que podemos dizer. Se encontro alguma falha, assumindo que o jogo é BOM, ou deixo pra lá, ou digo: “Cara, que mancada. Ainda bem que eu não preciso fazer aquilo de novo!”... Ou algo assim.
Agora, quando estou escrevendo um GUIA, a coisa muda de figura, e o principal motivo para isso é porque eu não estou apenas jogando, não é mesmo? Não só eu preciso estar mais atento do que de costume, observando cada mísero detalhe, estratégia, e afins, como eu também costumo ser bem mais crítico, já que, de alguma forma, eu terei de escrever sobre como passar por um obstáculo ou desafio.
E, aqui sim, chega a questão. O guia do Skyward Sword foi o primeiro em MUITO tempo que me deixou completamente paranoico. A última vez em que senti algo assim, foi na época em que eu escrevi o guia do Link’s Awakening! A diferença é que, naqueles dias, eu ficava nervoso por não saber se estava fazendo um bom trabalho… Leitores veteranos devem até lembrar de uma enquete que eu fiz cobrindo esse tópico.
No caso do Skyward Sword, não foi minha insegurança quanto à qualidade do guia que me deixou nervoso, e, sim, o quão DESNECESSÁRIOS tantos dos meus comentários eram no fim das contas.
O que quero dizer é que Skyward Sword é um jogo linear. Linear até demais. Aliás, não, o problema em si não é esse. O problema é que o jogo, mesmo SENDO linear, não deixa de tratar o seu jogador como um incapaz durante boa parte do início da aventura - e até uma boa parte do meio, ouso dizer.
O número de vezes em que eu escrevia algo como "vire à esquerda", ou falava sobre como uma mecânica funcionava, AO MESMO TEMPO em que eu via a Fi falando EXATAMENTE a mesma coisa, repetidas vezes até, não foi bonito.
Na verdade, eu lembro que, quando o jogo lançou, e durante uma boa parte do período pós-lançamento, eu era super a favor da Fi. Achava ela me chamando de "Mestre" bonitinho, todo o estilo robótico dela uma coisa bem nova e, porque não dizer, refrescante, em Zelda. Mas, em partidas repetidas, ela foi ficando mais e mais irritante. Nunca FRUSTRANTE, apenas... Irritante.
É meio chato você ser tão direcionado a fazer uma coisa, em especial dentro de uma série que, no passado, lhe deixava bem livre para seguir da maneira que achasse mais confortável.
Talvez seja porque, agora, eu estava vendo a Fi fazendo o MEU trabalho por mim, então, fiquei menos amigável a ela nessa partida.
Esse debate todo em cima da Fi, e do quão intrusivamente protetor o jogo é, já é coisa velha, sejamos francos, e assombra Skyward Sword desde os seus dias de LANÇAMENTO.
No entanto, acho que um ponto que mais me pegou, e foi algo que eu apenas percebi enquanto escrevia o guia, é o quão LENTA a progressão é de vez em quando.
Não estou criticando a duração do jogo como um todo - apesar de cansativo, ainda mais por conta dos controles (chegaremos nisso num instante), ainda acho que o jogo tem uma estrutura positiva, e dura o tempo que precisa durar para nos mostrar tudo.
Agora, se o ritmo do jogo não se machuca de vez em quando, aí seria uma baita mentira, ao menos de minha parte.
O que quero dizer é que, em diversas partes de Skyward Sword, você se verá dando muitas voltas. E, na maioria desses casos, o processo todo acaba demorando bem mais do que o necessário. Acho que isso é mais notável quando você está voando no Céu.
Apesar de se estar em uma velocidade bem maior do que simplesmente andar, é até irônico que a sensação é de que essa é uma parte mais lenta, e, me parece que o motivo por trás disso é o quão longe estão as "ilhas" entre si.
Toda vez que eu ia ao Céu para fazer alguma coisa, como coletar tesouros, descobrir ilhas e itens, e tudo mais, era GARANTIA de que eu iria passar pelo menos uns cinco a dez minutos só indo de um lado para o outro, com o meu objetivo de facto sendo algo feito em questão de segundos. Mais ainda, quando eu sentava para escrever o que devia ser feito, nunca era algo que fosse maior do que duas ou três linhas. De vez em quando até MENOS, como um bom e velho "Voe agora para a Lumpy Pumpkin" para descrever uma viagem de quarenta segundos se você estiver em Skyloft, ou uma viagem de uns dois minutos se você estiver do outro lado do mapa.
Pode não parecer muito, mas, esse período de tempo em que você não faz NADA a não ser ir ao seu objetivo se acumula muito rápido.
Acho que o melhor exemplo que posso dar, no entanto, veio enquanto eu escrevia uma das partes do guia... Acho que a Canção do Herói, em que, enquanto eu passava por toda a parte opcional da coisa, eu gastei mais ou menos uma hora sem nenhum progresso de fato.
Claro, alguém pode argumentar que existem casos semelhantes em outros Zeldas, como os tempos de navegação no Wind Waker e Phantom Hourglass (o trem em Spirit Tracks, por extensão) ou o período de tempo bem maior para se chegar a um objetivo em Breath of the Wild.
A questão é que, nesses jogos, há elementos que se juntam com o tempo maior para ir de um ponto A ao ponto B. Nos jogos do Toon Link, lhe é permitido simplesmente apontar para um destino e ir, tendo de lidar com inimigos ocasionais ou obstáculos de maneira geral. Mais do que isso, você não PRECISA manter seu braço firme para ir em uma direção, ou ficar segurando seu controle de uma maneira um tantinho desconfortável - há menos controle, de fato, mas, não deixa de ser mais confortável. Já no caso de Breath of the Wild, apesar de, sim, chegar em qualquer lugar demorar bastante por se tratar de um jogo de mundo aberto, cada área do jogo está sempre aberta a pequenas surpresas e descobertas, o que significa que você sempre terá com o que se distrair (isso sem contar a habilidade de simplesmente se teleportar para lugares previamente visitados).
E aí, nós chegamos em um dos pontos mais divisivos do jogo, que seriam os controles. E, dessa vez, eu senti que, em diversos momentos, meu Wiimote estava BRIGANDO comigo. Várias vezes em que eu ia começar a fazer alguma coisa, e BAM, o Link começava a andar em uma direção aleatória, não puxava a espada, meu cursor ia para todo lado da tela, e por aí vai.
Isso... Não é problema do jogo. O que acontece é que meu Motion Plus já tem uns oito anos, e, sendo velho e, honestamente, pouco usado, é completamente natural que ele fique dando esses espasmos vez ou outra.
O problema do jogo é ficar tão dependente dele. Quase tudo o que você faz requer o uso desse periférico (ou de um Wiimote Plus, que é bem mais responsivo); e, infelizmente, isso significa que, se o controle der problema, o JOGO dá problema.
Aí, eu volto rapidinho para jogar com o Loftwing: aquela idea de segurar o Wiimote como um avião de papel, ou deixá-lo suspenso no ar, é, simplesmente, estúpido, e faz a IDEIA de voar menos apetitosa do que ela deveria ser. O mesmo vale para alguns outros pontos, como o uso do Arco e flecha, e do estilingue até certo ponto, que não se usam do ponteiro infravermelho do Wii, e sim o motor de movimento do Motion Plus. Acaba se tornando algo um tanto obtuso de usar, e, conforme eu disse em minhas Primeiras Impressões, ANOS atrás, é algo que requer um tempo para que você possa se acostumar.
Certo, eu sei que fui extremamente negativo neste texto... Portanto, eu vou ressaltar: Skyward Sword é um bom jogo, e aplicou uma série de ideias que eu ADORARIA ver retornando. Na verdade, com os controles mais precisos do Switch, um remake não seria má ideia, e poderia até ajudar na popularidade sofrida que o jogo tem.
Mais ainda, a ideia de voo seria PERFEITA em um jogo como Breath of the Wild.
Isso sem contar da trama um tantinho mais elaborada, da personalidade que eles dão ao Link, sem falar de alguns personagens maravilhosos, como o Groose!
Este é o sorriso de alguém que SABE que ele é a melhor coisa de um jogo. |
Há muito o que amar em Skyward Sword. Mas, quando você se afasta um pouco para analisá-lo de maneira mais crítica, é difícil não entender o que deixou tantos desgostosos.
Mas, qual é a SUA opinião quanto a Skyward Sword? É um jogo injustiçado? Ele é mesmo ruim como muitos dizem? Compartilhe sua opinião com a gente!
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