sábado, 11 de janeiro de 2014

Jogos Zeldásticos! #2 - Pandora's Tower (Wii)


Quem aqui gosta de Majora’s Mask? Todo mundo, né? Pois então eu acho que vocês vão adorar um certo joguinho, que é o que falaremos na coluna de hoje. Estão prontos? Que bom, porque lá vamos nós!

Em 2011, foram lançados três jogos exclusivos pro Wii, que acabaram sendo nomeados como os três J-RPG’s que todo mundo sempre quis. O negócio, foram lançados exclusivamente pro Japão. Depois de uma imensa novela, que contou até mesmo com chuva, os três jogos foram localizados aqui nas Américas (e na Europa também, mas eu não conto a Europa porque eles já tem coisas bonitas demais! *inveja*). O primeiro a ser localizado foi só a segunda melhor coisa do mundo, o segundo jogo foi bem fraquinho (pra não dizer ruim), e tivemos o terceiro e menos popular dos três, que é a pérola que falaremos hoje.



O jogo em questão é Pandora’s Tower, produzido pela Nintendo e desenvolvido pela Gambarion, e é um dos títulos mais interessantes do Wii.

O jogo conta com uma história bem deprimente, que conta um tipo de história de amor entre dois personagens: a doce Elena, e o misterioso Aeron.

Durante um festival, Elena é amaldiçoada e se tornará em uma besta dentro de poucos dias. Frustrado, Aeron, seu amigo, e um soldado do país inimigo que se refugiou na terra de Elena, descobre, através de uma misteriosa vendedora, chamada Mavda, que a única forma de se curar Elena é alimentando-a com a carne dos mestres das doze Torres Infernais. Obviamente, para chegar a seu objetivo, ele terá de passar por terríveis bestas e sobreviver às mais diabólicas armadilhas.



O jogo é dividido em dois momentos: quando se explora as torres ou quando se está fazendo companhia a Elena.

Na exploração das torres, Pandora’s Tower é um RPG de ação fantástico. Os controles são precisos e você terá de saber usá-los bem para enfrentar seus inimigos. As batalhas são intensas, mesmo contra os inimigos mais fáceis, e requerem que você seja esperto para aproveitar qualquer oportunidade. O bacana é que, quando eles caem, você pode usar uma corrente que é dada a você (sem dizer demais, senão vira spoiler), através do nunchuk, para arrancar espólios dos monstros; podendo até mesmo ser carne (que já já iremos detalhar).

Apesar da corrente poder ser usada em combate, o jogo dá a você algumas armas extras, cada uma tendo “efeitos” diferentes. Por exemplo: sua espada é poderosa, e lhe deixa em uma velocidade média; já a foice é extremamente pesada e limita e muito seu movimento, mas ela é muito poderosa. Você pode carregar as armas que desejar, junto de itens de cura e de status e tudo mais, mas tudo tem que caber no seu inventário, já que, considerando tamanho e tudo mais, nem tudo vai caber.

Outro ponto bacana é que seus itens (que não as armas) podem e vão quebrar se você levar um golpe muito forte ou apanhar demais. Eles podem ser consertados, mas são inúteis até que você o faça.

Um ponto marcante do jogo são os seus chefes. É difícil explicar, mas eles parecem remeter a um tempo mais antigo dos videogames, já que cada chefe é em si um monstro que inspira tensão. Todos eles são magníficos, e sabem assustar muito bem. Além disso, eles requerem que você saiba usar a sua corrente nos momentos certos para causar ainda mais dano neles.



O que mais chama a atenção nesses momentos do jogo é que você tem um cronometro para se preocupar. Entenda, a maldição de Elena precisa de tempo para se desenvolver, e, caso o cronometro acabe, bem, o jogo acaba, Elena vira um monstro, O FIM! Por conta disso, você deve sempre trazer consigo as carnes de monstros, visto que elas são capazes de retardar e até mesmo reverter a maldição, fazendo você ganhar um tempo precioso. Quanto mais sangrenta e “suculenta” for a carne, mais tempo você ganha. Por isso, é sempre bom pegar o máximo que você puder para alimentar Elena e não deixar que o tempo acabe.
Vale ressaltar que o cronometro não é cruel nem nada, e lhe dá uma quantidade até justa de tempo para fazer o que você precisa fazer, mas fique sempre atento a ele!

O segundo momento do jogo é quando Aeron está na casa onde Elena e Mavda estão. Aqui, você pode comprar e consertar itens, melhorar suas armas, descobrir mais sobre as Torres e a história do mundo do jogo, e, obviamente, falar com Elena. Esse momento é bacana porque, por algum motivo, o cronômetro fica parado, não lhe dando tanta tensão quanto antes.  Além disso, você pode tentar construir e melhorar uma relação com Elena.


Esse, além do cronômetro, é outro aspecto importante do jogo. Elena costuma ficar sozinha por muito tempo na casa, e ela aceita companhia. Além disso, ela não gosta da ideia de ficar sentada, esperando Aeron voltar, ela aceita ter algo para fazer. A personagem é muito bem desenvolvida, e é difícil não gostar dela. Por causa disso, você se sentirá até bem comprando coisas como flores em vasos, vestidos, roupas de cama e tapetes para ela. Além, é claro, de dar um tempinho para conversar com ela, pedir a ela que traduza textos antigos que você vai encontrar nas torres, etc. Tudo isso vai refletir na forma como ela lhe vê, e ela ficará grata com cada coisinha que você faça por ela. Eu mesmo me via voltando das torres sempre para poder papear um pouco com ela e melhorar a relação.
A coisa é que você ainda tem de dar para ela as carnes. Ela tem de comê-las cruas... Além de isso ser nojento pra burro, ela faz parte de uma religião que lhe proíbe de comer carne, então, bom, ela está fazendo um tabu daqueles! Tanto que, inicialmente, sua reação antes de comer a carne é logo a de querer vomitar. É uma cena um tanto perturbadora, admito, mas você tem que alimentá-la, ou ela virará um monstro.

No entanto, a carne que realmente importa é a de que você arranca dos chefes, pois é essa que diminui a maldição severamente, e lhe permite progredir pelo jogo.

Outra parte, não exatamente importante, mas interessante, que existe nesse momento é a de saber mais sobre os acontecimentos que criaram as torres e os “chefes” do jogo. Para descobrir esses papéis, você pode simplesmente andar um pouco pelo porão (que consegue ser bem assustador de vez em quando).
Também existem textos escondidos nas torres, mas os mesmos estão em uma língua que você não conhece. É aí que você os entrega para Elena, para que ela os traduza. O que você descobre então são histórias bem trágicas, de tentativas de paz, pessoas que perderam tudo, e coisas do tipo.

Toda a temática de Pandora’s Tower, como já foi dito antes, é bem deprimente, e conta com coisas que, quando analisadas com atenção, são mais do que parecem. Só analisar os chefes mesmo. Cada um deles já foi uma pessoa em determinado momento, e, depois de matar vários deles só pra alimentar uma garota, você começa a se perguntar se o que você está fazendo é realmente certo.

Os personagens do jogo são, também, excepcionais. Elena, como já disse antes, é meiga, amável e não gosta de ser um peso. Ela gosta de Aeron, e quer seu bem. Já a estranha Mavda lembra uma versão mais demoníaca do Vendedor de Máscaras da série Zelda. Digo isso porque, enquanto ela é útil, sabe de muitas coisas e é capaz de lhe ajudar, ainda não deixa de ser difícil não imaginar que ela está tramando por suas costas e que pode matar você a qualquer momento. Já Aeron é um tipo interessante de protagonista silencioso. Ele é um homem de poucas palavras, então é difícil saber o que ele pensa; embora seja óbvio que ele goste muito de Elena também.

Por que fãs de Zelda gostariam desse jogo?

Além de o jogo lembrar Majora’s Mask em vários momentos, ele tem em si uma mitologia muito bacana. As torres são cheias de quebra-cabeças interessantes e batalhas intensas, e a ideia de cronometro ajuda a melhorar o desafio. Os chefes, também, são bacanas, e remetem um pouco aos que nós enfrentamos com tanta frequência em Hyrule. A trilha sonora, apesar de ser ambiente em muitos momentos, é muito boa, também, e ajuda na atmosfera e na tensão.

Mesmo com isso tudo, esse parece ser um jogo que mirou para a audiência do finado Super Nintendo. Digo isso porque vários elementos lembram os RPG’s e jogos de ação e aventura da era 16-bits. E isso não é uma coisa ruim.


Se você tem um Wii, dinheiro e sabe onde procurar, consiga jogar Pandora’s Tower! Vai por mim, vale à pena!

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