Vamos começar um debate perguntando qual é o seu Zelda portátil favorito. As respostas são todas variadas, e os candidatos são um melhor do que o outro. Escolher aquele que seria o melhor de todos é uma tarefa árdua, e, mesmo com um favorito escolhido, ainda existe certo remorso por não ter sido possível escolher todos ao mesmo tempo...
Apesar de eu ter escolhido o The Minish Cap como o meu portátil favorito (devido à maior variedade de coisas a se fazer), e ainda não ter me arrependido do feito, eu sempre tive grande respeito pela saga Oracle, do Game Boy Color. No entanto, eu não lembrava bem de quão bons eram os jogos até a sua aparição no Virtual Console do 3DS. Foi depois de ter terminado o jogo recentemente, na Saga lá do nosso canal, que eu percebi que o jogo não tinha uma análise separada aqui no mapa. Então, para ser justo e dar ao jogo o que ele merece, decidi fazer o que deveria ter feito milênios atrás, e escrever uma análise exclusiva ao Oracle of Seasons.
- Mas porque uma análise separada?! Ele e o Ages não são praticamente o mesmo jogo?
Apesar de terem sido lançados no mesmo dia e fazerem parte do mesmo pacote, ambos os títulos são completamente diferentes um do outro. Claro, existem elementos similares aqui e ali, mas ambos possuem mundos, chefes e calabouços completamente diferentes. Se fôssemos por essa lógica toda, Link's Awakening também deveria ser considerado um jogo Oracle. Além do mais, Seasons passa uma sensação diferente de Ages, BEM diferente.
- E o jogo tem história?
A trama do jogo não é nada original. Temos o cara mal que sequestra a garota só pra ser chato e isso, de alguma forma, leva toda a terra ao caos. Mesmo sendo essa a premissa (e a história andando a passos de tartaruga, mesmo no final), a trama tem suas reviravoltas aqui e ali, tudo montando para uma batalha final de proporções épicas.
Vamos evitar mencionar a história para aqueles que (ainda) não viram muito do jogo e vamos tratar do mundo em si.
A trama do jogo, diferente de muitos outros Zeldas, não se passa nos campos de Hyrule, tomando lugar na distante terra de Holodrum, como você descobre cedo no jogo. Apesar de só ter tido uma iteração em toda a franquia, Holodrum é um dos lugares mais memoráveis da franquia, embora não tenha nada de muito novo. Temos vários campos, um deserto, pântano, montanha e ruína, coisa básica para sua história de aventura. No entanto, eles foram desenhados de formas bem únicas, e você será capaz de lembrar dos lugares mesmo bem depois de ter terminado sua jornada.
- Mas como é o ~mundo~?
O mesmo vale para os calabouços que terão de ser explorados. Os quebra-cabeças são espertos, as armas e itens adquiridos dentro deles são bem aproveitadas (mesmo fora deles) e, no geral, é uma diversão só, embora um tanto confusa vez ou outra; é provável que você acabe indo para o lado errado, mas eu acho que isso só ocorre com quem não faz ideia do que está fazendo (sendo esse o meu caso...).
É bom que esses lugares sejam bem-feitos, visto que os gráficos do jogo são absolutamente iguais aos de Link's Awakening, lançado praticamente dez anos antes, o que pode gerar confusão para aqueles que não jogaram ou desconhecem as diferenças entre ambos os títulos. Isso não é um ponto negativo em si, visto que há poucas diferenças técnicas entre o Game Boy Color e seu irmão mais velho... Mas, ainda assim, essa diferença poderia ter sido aproveitada...
- O que mais ele tem de interessante?
Um dos pontos altos de Oracle of Seasons é a sua dificuldade. Apesar de ser um tópico muito relativo, é aceitável dizer que eles souberam desenhar. Os quebra-cabeças podem deixar qualquer um pirado, não por serem complexos, mas por requisitarem certa paciência e atenção. Os chefes também merecem destaque, com algumas batalhas sendo absurdamente chatas, especialmente no chefe final.
Mesmo sendo difícil, o jogo não chega a passar da linha e ficar frustrante (embora isso seja uma possibilidade para alguns).
Certas coisas também vão fazer você pirar... |
Outro atributo único, ironicamente de ambos os Oracles, é o uso dos anéis. Encontrados nos mais diferentes lugares, os anéis geram atributos que serão de extrema ajuda para o jogador, impedindo que chão frágil caia ou dando vida regenerativa. Também existem os anéis que deixam a aventura mais difícil, diminuindo o dano da espada e a defesa, por exemplo. Mesmo sendo opcionais, eles dão um gosto diferente a cada aventura, e é mais do que recomendado experimenta-los.
A trilha sonora do jogo faz bem o seu papel. Ela encaixa e, mesmo utilizando algumas músicas do Link's Awakening (leia-se música do Overworld), tem várias peças originais, e consegue ter qualidade. Claro, não são temas que ficariam no topo como melhores da franquia, mas fazem muito bem o seu papel.
Deixei essa parte por último já que ela requer um pouco mais de atenção. O que caracteriza mesmo a saga Oracle é a conexão entre os dois jogos. Tal conexão permite que o jogador consiga itens a mais, atualizações de itens e outros pequenos segredos. Também podem rolar alguns cameos entre jogos. No entanto, o principal ponto por trás da conexão é que o jogador poderá destrancar uma nova parte da história, enfrentando um poderoso (e insano) chefe final.
Hoje em dia, com o acesso a ambos os jogos extremamente facilitado, é até uma atração interessante. Na verdade, isso é algo que a franquia explorou apenas uma vez, e funciona bem; é um ótimo incentivo para pegar os dois jogos (que, mais uma vez, são muito diferentes um do outro).
Creio que possam estar faltando alguns elementos que deveriam ser considerados, mas eu creio que, sobre a conexão, já falamos o mais importante.
Oracle of Seasons é uma das melhores entradas da franquia, e seu conteúdo, apesar de não ser tão diversificado como os jogos 3D (quase não existem side-quests, por exemplo), ainda é muito fácil de aproveitar, especialmente quando o jogo é conectado com Oracle of Ages.
É uma experiência que você, definitivamente, deveria experimentar. Vale muito à pena.
Sem medo, digo que Oracle of Seasons é
4/4
- Para ver mais:
- Oracle of Seasons - A Saga (Episódio 1)
- Análise antiga
- Comunidade Miiverse
Nenhum comentário:
Postar um comentário