sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Discussões - Será que Zelda deveria ter um universo expandido?

No atual momento, Zelda está para comemorar seus 30 anos. Sim, 30 anos... Durante todo esse tempo, a franquia conseguiu estabelecer uma história bem ocupada, cheia de reviravoltas, e um universo muito grande, cheio de detalhes, com diferentes raças, lugares, religiões, e tecnologias.

Hoje, Zelda tem um pouco mais que vinte jogos (um pouco acima de trinta se você contar remakes, jogos abandonados e versões exclusivas), alguns fazendo parte de uma linha de tempo oficial, outros sendo jogados em um limbo ainda não reconhecido por ninguém.
Mesmo com esse enorme currículo em mãos, a franquia geralmente evita pisar em um território diferente daquele que ela domina, e bem: os jogos digitais.

Por conta do recente BOOM de uma certa franquia cinematográfica, me peguei analisando os inúmeros pontos positivos e negativos de se criar um Universo Expandido, isto é, uma série de outras histórias, contadas todas de maneiras bem diferentes, todas ocorridas dentro do mesmo mundo de uma outra história, maior e mais famosa, embora não necessariamente ligados a ela. Seria este o caso do filme Prometheus (casado à série Alien), creio que, também, dos vários livros sobre a Terra Média que o lendário sr. J. R. R. Tolkien fez, e do mundo de merchandisings que a franquia Star Wars possui.

Como se não bastasse a minha reflexão no assunto, eu comecei a pensar nisso com bem mais peso enquanto escrevia aquelas duas adaptações da trama do A Link to the Past, cuja segunda parte foi postada há dois dias, a propósito.
Depois disso tudo, comecei a me perguntar pra valer... Embora não precise, será que Zelda se beneficiaria com um Universo Expandido?

Vamos dar uma breve olhada nos pontos positivos e negativos da história, e, aí, vou deixar a discussão por conta de vocês, até porque, bom, vou me posicionar ao final do artigo. Sigam-me!


Pontos positivos

Vamos começar nossa postagem com um pouco de positividade. 

- Mais espaço para mais coisa


Novos horizontes poderiam ser explorados, sem dúvidas...

O ponto mais óbvio do Universo Expandido é que ele não fica preso ao lançamento de novos jogos da franquia. Por conta de sua função, ele pode ser lançado a, literalmente, qualquer momento, de qualquer maneira.
Além disso, o fato de o Universo Expandido não precisar se manter na mesma mídia ajuda muito, pois ele pode se utilizar de diferentes métodos para contar suas histórias, sem ter de se render às limitações que a mídia de jogos eletrônicos possa trazer. Isso significa que Zelda poderia fazer aparições também em livros (que, provavelmente, seriam os mais frequentes), HQ's, séries de TV (rumor do Netflix, alguém?) e filmes. Não seria a primeira vez que isso tudo aconteceria: Zelda já gozou de uma HQ e de uma série de TV no passado, mas seu propósito era muito diferente.
Creio que há benefício nessa variedade de opções: há mais espaço para contar mais histórias, estando elas relacionadas com o próprio Herói ou não.

- São possíveis diferentes perspectivas para os eventos da série


Além de diferentes produtores, artistas e desenvolvedores mostrarem suas interpretações do universo, muitos outros personagens dentro do Zeldaverso que não tiveram a exploração que mereciam teriam seu momento para brilhar.

Em um artigo passado, eu comentei sobre as regras de ouro em relação ao que se deve fazer para criar um bom filme de Zelda. Nesse mesmo artigo, eu mencionei alguns eventos de grande importância para as três (na verdade, quatro) linhas de tempo da série, que seriam excelentes materiais de roteiro.
Com um Universo Expandido, seria perfeitamente possível entrar em território já explorado pelos próprios jogos, embora o ideal fosse vendo as coisas de um ponto de vista diferente... Por exemplo: poderia mostrar a saga de algum dos Sábios de Ocarina of Time como... Não sei... A Princesa Ruto, vá lá. Poderia ser mostrada sua infância, os sete anos em que ficou esperando seu, a-HAM, "noivo" chegar, e como ela viveu sua vida depois de ter se tornado Sábia da Água; tudo isso, contado do ponto de vista dela.
Se você não gosta da Princesa Ruto, que tal do Darunia? A morte do Darmani? A vida do Skull Kid? Do Ganondorf? Sei lá! Tem tantas possibilidades que é até difícil (e um pouco injusto) escolher só uma... Cada uma delas poderia ser vista de maneiras diferentes, ou, quem sabe, poderia-se criar uma nova história, focando em elementos que já conhecemos: como é a vida das Gerudos? Alguém soube de como havia um guarda em Hyrule que adorava ir ao mercado para conversar com os donos das lojas?
E a lista vai em frente...
Além disso, a ideia permite que diferentes pessoas explorem o mundo da série à sua maneira, repensando detalhes e analisando pontos com um outro olhar. Diversidade, bem aí.

Pontos negativos

Quando eu escrevi o artigo sobre os filmes, eu também falei sobre os perigos de uma adaptação. No caso do Universo Expandido, não seria necessário nenhuma adaptação: poderia ser tudo novo sem problemas... No entanto, ele também tem seus perigos... Mais do que eu gostaria de admitir...

- Muita coisa pra acompanhar


O aumento de produções poderia ser problemático para acompanhar, e para pagar também...

Um dos fatores que me impede de acompanhar essas HQ's mais famosas de super-heróis é justamente o tamanho da fera: existem TANTAS histórias em quadrinhos falando do mesmo personagem, algumas vezes sendo arbitrário que você leia mais de uma das séries para que possa entender um único arco de história, que se perder e ficar severamente confuso é uma possibilidade muito grande. Foi mais ou menos isso também que me impediu de sair muito dos filmes da série Star Wars para explorar o Universo Expandido: era MUITA coisa...
Mesmo que você goste de uma franquia, existe a grande possibilidade de você ficar completamente alienado por conta de uma saturação de conteúdo. Zelda já é um pouco difícil de acompanhar completamente por conta da grande quantidade de jogos e sistemas aos quais eles foram lançados, imagine ainda tendo que adicionar ainda MAIS produções nesse circo.
Este pode ser um risco que as pessoas que estão acostumadas com universos expandidos saibam aceitar, mas, inegavelmente, não é para todo mundo...

- Não será tudo completamente bom


Poderão existir coisas boas... Mas nem todas as esperas e aventuras valerão à pena...

Praticamente desde o primeiro lançamento, Zelda é uma franquia de recepção crítica ímpar para o mundo dos videogames: considerando a quantidade de títulos, ela conseguiu manter-se muito bem a cada novo jogo, sempre sendo aclamada por inovações, familiaridade e um estilo difícil de bater, com raras exceções (reação fã é OUTRA história, que vem, geralmente, de fatores bem diferentes). Isso acontece porque os desenvolvedores, junto com a relativa tolerância da empresa, sempre fazem o que é necessário para polir a experiência, preferindo ser criticados por oportunidades perdidas do que por erros de fato.
No caso das outras mídias, bem, isso não é garantia... Na verdade, muitos eventos e fatos criados dentro do universo expandido podem gerar controvérsia dentre os consumidores. Imagina só se fazem uma trama onde o Ganondorf acaba sendo pai de um Link*? Ou, melhor ainda, que o Link de... Sei lá... Twilight Princess acaba sendo um assassino enviado para eliminar o prefeito de Ordon e... Caramba, isso é estúpido...
Meu ponto é: há mais coisa, há mais espaço, mas pode acabar rolando de muitas das coisas novas serem uma bela porcaria...

Não vou negar... É difícil imaginar um universo expandido funcionando para Zelda, ainda mais depois de escrever esses pontos negativos aí... No entanto, é uma ideia que, pelo menos, merece ser analisada com mais cuidado, já que tem tanto potencial... Certamente, numa discussão em uma plataforma melhor do que este blog. Não sei, quem sabe, numa sala de reunião de uma certa empresa...
Eu sei que a Nintendo, em sua atual gestão, parece pouco interessada nisso tudo, e, cá entre nós, ela sempre foi muito defensiva em relação a tudo envolvendo as suas IP's, especialmente depois do fracasso comercial dos jogos do CD-I...
Além disso, temo que, mesmo que os produtores entrassem de cabeça nas ideias, eles ainda teriam algumas noções um tanto... Fora de padrão... O que não é exatamente ruim, mas que deve ser visto com muito cuidado.
Sei lá, talvez, se for algo aplicado devagar, e com muito cuidado, creio que vá fazer um bem danado. Não precisaria de uma coisa nova todo ano, mas, ei, um livro aqui, uma minissérie de TV acolá, vez ou outra, e oficial, ainda seria bem legal...

E lá vou eu divagando de novo... Como sempre, faço esta postagem no intuito de gerar uma discussão, e eu gostaria de perguntar a vocês o que acham da ideia! Será que valeria a pena? Será que não seria bom tentar? Será que eu estou forçando a barra?
Por favor, deixem seus comentários a respeito!

Muito obrigado pela sua linda atenção e até a próxima!

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*: Oh... Droga!

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