segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
Análise - The Legend of Zelda: The Wind Waker (+HD)
Imagine que você tem a escolha de viver uma aventura no oceano. Imagine que você está nesse imenso arquipélago, com cada seção do seu mapa ainda desconhecida e cada lugar guardando um segredo a ser descoberto.
Não sei bem como isso seria na vida real, mas eu ouso dizer que seria bem parecido com a sensação que eu tive jogando The Wind Waker.
Criticado na época de seu anúncio, o que aconteceu há treze anos, o jogo é um dos melhores exemplares da franquia fantástica da Nintendo e acerta em praticamente tudo o que faz.
- Mas esse jogo é infantil e eca!
Vou falar logo dos visuais do jogo, já que eles são a grande característica do Wind Waker. Eles já eram bonitos pacas no lançamento original, com o cel-shaded e tudo mais. Parecia que você estava vendo e jogando um desenho animado. Agora na versão HD, não sei bem o que eles fizeram, mas ficou ainda melhor. Os efeitos de iluminação são incrivelmente reais, com sombras muito bem feitas, e a luz sendo, bom, a luz. O céu brilha agora, e toda essa iluminação faz entender que a versão de GC estava num tempo nublado.
Fora a atualização das texturas, o jogo continua na mesma qualidade de modelos, mas os personagens envelheceram muito bem (embora algumas animações não). É incrivelmente agradável aos olhos.
Essa é também a primeira iteração da versão "Toon" Link. Nesse jogo, graças aos efeitos do cel-shaded e a seu rosto expressivo, essa é uma das versões mais interessantes, engraçadas e envolventes do personagem até hoje. Link em TWW faz todo tipo de caras e bocas diante de todas as situações. Algumas caras que ele faz são hilárias, mas tão hilárias que várias já se tornaram memes pela internet. Isso dá a ele um tom de personalidade que não tinha sido apresentado antes (lembrando que antes de TWW, ele ficava com aquela cara de paisagem praticamente o jogo todo). Ouso dizer que esse é um dos melhores Links até hoje, e com folga!
A versão HD também faz algumas alterações, sendo a mais chamativa o chamado Tingle Bottle, com o qual os jogadores podem compartilhar suas experiências, comentários e fotos no Miiverse, e fazer com que outros jogadores descubram tudo isso enquanto estão explorando o jogo, como se fosse uma garrafa jogada ao mar. Isso é legitimamente interessante e funciona muito bem. Passa a sensação de que estamos mesmo num grande oceano, e de que existem outras pessoas se aventurando por ali.
Mas, bem, falemos do jogo. The Wind Waker é tudo o que você espera de um Zelda: exploração e calabouços, bem básico mesmo. Mas o que diferencia o jogo é o método de exploração. Acho que todo mundo já sabe que, nesse jogo, você passa um bom tempo velejando pelo apropriadamente chamado Great Sea. Apesar de essa ideia ter sido alvo de críticas no passado, eu a achei muito bacana. No alto mar, rolam várias coisas (especialmente ataques de monstros) e você pode descobrir lugares e coisas novas o tempo todo. Claro, fica meio chato depois de um tempo, mas o jogo consegue capturar tão bem a ideia de aventura que, mesmo durante as navegações, ainda dá pra se divertir um pouco (especialmente quando cai uma chuvinha).
- Aposto que é um mundo bem pequeno e sem graça!
Existem cerca de 49 áreas no Great Sea, e todas elas possuem alguma coisa para ver, não importa o quão pequena ela possa ser. Encontrar cada uma dessas áreas e descobrir o que elas tem de tão secreto é uma aventura por si só e você, muitas vezes, vai se sentir bem recompensado.
Muitas áreas são apenas picos de pedra, alguns recifes, mas também existem ilhas grandes, e muitas áreas "secretas", como submarinos e plataformas, nas quais você pode encontrar tesouros bem interessantes como os tradicionais pedaços de coração, mapas do tesouro e uma quantidade alta de rupees.
Ah, sim. Esqueci de mencionar que você estará coletando muitos mapas do tesouro também. Não só o número deles é grande como saber onde eles levam é sempre uma surpresa. Existem vários deles, e você vai precisar explorar cada cantinho de cada ilha para ter certeza de que pegou tudo. É quase sempre satisfatório conseguir esses itens. Até mesmo rupees são bons de pegar nesse jogo.
Como eu já disse antes, o jogo se comporta como um bom Zelda fora do barco. Na verdade, as seções de história, exploração por terra e calabouços estão dentre os mais memoráveis da série inteira.
Graças ao roteiro bem escrito e às várias expressões dos personagens, a história do jogo é tão imersiva... Você realmente se sente triste quando Aryll é capturada, ou quando a avó de Link começa a chorar por ter perdido a neta. Essa sensação dura até o final, que também é um dos mais tocantes da série, apesar da simplicidade.
As ilhas grandes do jogo são todas excelentes, e sempre contém algo de interessante para se fazer. Elas têm um número decente de habitantes, e nenhum deles está só enxendo linguiça. O mais interessante é que muitos deles parecem ter uma história de fundo, servindo bem mais do que os NPC's quaisquer que vemos tantas vezes, e os torna mais humanos e mais fáceis de se relacionar.
A exploração é muito influenciada pelo jogo, visto que você pode encontrar dos mais diversos itens, o que inclui aquilo que gosto chamar de "colecionáveis secretos", como as estátuas de Tingle e os figurines. Nenhum deles serve em algum propósito para o jogo em si, mas é aquela busca extra que você simplesmente sabe que vale à pena. Com tantas coisas para ver, o mundo acaba ficando mais vivo e mais imersivo (e eu sei que estou falando muito isso).
Mas, fora os visuais, fora o estilo e tudo mais, ainda temos a trilha sonora, que é uma das melhores trilhas da série inteira, talvez até dos videogames em geral. As músicas do jogo, especialmente a música de abertura, são envolventes, atmosféricas, melódicas e, no geral, são maravilhosas. Mesmo a versão do Wii U, que faz algumas alterações, não foge disso. É uma maravilha para os ouvidos.
Honestamente, eu não tenho mais o que falar a respeito do jogo; se eu continuar, não vou parar de tecer elogios, porque The Wind Waker acerta em praticamente tudo o que faz. A versão HD conserta praticamente todos os erros que o original tinha, deixando-o muito mais acessível, mas ainda mantendo aquela sensação de aventura. Só não entro em detalhes porque você, muito provavelmente, já sabe o que foi alterado.
Os visuais são lindos, as músicas são maravilhosas e o jogo, em si, é praticamente perfeito. É uma aventura, simples assim... Uma aventura daquelas que você, por mais que tente, nunca vai esquecer...
4/4
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